quarta-feira, 30 de outubro de 2013

CASIMIRO DE ABREU



MEUS OITO ANOS

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!
Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minhã irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus
— Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
................................
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!



terça-feira, 29 de outubro de 2013

CECÍLIA MEIRELES



origem da foto: google



O COLAR DE CAROLINA



COM SEU COLAR DE CORAL

CAROLINA

CORRE POR ENTRE AS COLUNAS

DA COLINA.

O COLAR DE CAROLINA

COLORE O COLO DE CAL,

TORNA CORADA A MENINA

E O SOL, VENDO AQUELA COR 

DO CORAL DE CAROLINA

PÕE COROAS DE CORAL

NAS COLUNAS DA COLINA.

Leonita Oliveira

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

RECORDANDO



Andei pensando muito no tempo em que eu estudava e das histórias que fizeram parte da minha infância.
Não poderia deixar de começar pelas histórias de Cecília Meireles.Até hoje tenho elas memorizadas e acredito que fizeram parte e ainda farão na vida de muitas crianças.

origem da foto:Google



AS MENINAS


ARABELA

Abria a janela

CAROLINA

Abria a cortina

E MARIA

Olhava e sorria:

“Bom dia!”

ARABELA

Foi sempre a mais bela.

CAROLINA

A mais sábia menina.

E MARIA

Apenas sorria:

“Bom dia!”

Pensaremos em cada menina que vivia naquela janela; uma que se chamava Arabela, outra que se chamou Carolina.

Mas a nossa profunda saudade é Maria, Maria, Maria, que dizia com voz de amizade:”BOM DIA!”.


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

CONSIDERAÇÕES

É claro que eu teria histórias pra escrever todos os dias, inúmeras situações de sala de aula, tanto na alfabetização de adultos, como na educação infantil , porém ainda estou na ativa e isso me impossibilita de ter tempo pra escrever. 
Haverá um dia em que terei esse tempo, e ai minhas postagens serão diárias, por enquanto me contento em escrever nos momentos de folga. Não é o que queria, porque gosto de compartilhar as minhas experiências.
Deixo aqui a página do facebook do projeto que coordeno , lá estão registros diários dos meus trabalhos atuais, mas este não é o meu foco aqui, meu objetivo e socializar contos, crônicas e histórias vivenciadas na alfabetização de adultos.


https://www.facebook.com/adolescenteaprendiz.projovemadolescente?ref=ts&fref=ts


"Se não morre aquele que escreve um livro ou planta uma árvore, com mais razão não morre um educador que semeia vida e escreve para alma." Bertold Brecht

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A CANOA

Origem da foto: Google

Cada vez que eu lia uma história para meus alunos, gostava sempre de deixar uma mensagem, uma mensagem com valores.

Em um largo rio, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessava as pessoas de um lado para o outro. Em uma das viagens, iam um advogado e uma professora. Como quem gosta de falar muito, o advogado pergunta ao barqueiro: companheiro você entende de leis? – Não! Responde o barqueiro.
        E o advogado compadecido: - É uma pena, você perdeu metade da vida!.
        A professora muito social entra na conversa: Seu barqueiro, você sabe ler e escrever?
        - Também não! Respondeu o remador.
- Que pena! Você perdeu a metade da vida.
Nisso, chega uma onda bastante forte e vira o barco.
O canoeiro preocupado, pergunta:
-Vocês sabem nadar?
-Não! Responderam eles imediatamente.
- Então é uma pena. Concluiu o barqueiro. Vocês perderam toda a vida!.
Moral da história: “ Não há saber mais ou saber menos. Há saberes diferentes”.   Paulo Freire. 
Pense nisso e valorize todas as pessoas com as quais tenha contato. Cada uma delas tem algo de diferente para ensinar.

Leonita Oliveira

domingo, 20 de outubro de 2013

DESAPEGA...DESAPEGA

Origem da foto: Google
Gostava muito de trabalhar com meus alunos a parábola "O MESTRE E A VAQUINHA",  levava-os  a refletir sobre  o que  era importante na vida deles, e o que realmente impediam eles de alcançar os seus objetivos.

O MESTRE E A VAQUINHA


Contam que um mestre e seu discípulo faziam uma caminhada pelo mundo quando chegaram a um povoado muito pobre. Logo na entrada foram recebidos pelo dono de uma casinha humilde que os ofereceu alimento e abrigo por aquela noite. No seu quintal estava a única vaca do local e dela se tirava todo alimento daquela pobre gente. O homem lhes contou que o povoado era muito pobre e ele fornecia o leite da vaca para que as pessoas não morressem de fome.

Constrangido com tanta miséria o discípulo, logo que ficou a sós com o mestre lhe perguntou o que eles poderiam fazer para ajudar aquela gente. E o mestre lhe respondeu:

_ Mate a vaca.

_ Mas senhor… sua indignação foi cortada pelo olhar sereno e firme do mestre.

O discípulo saiu no meio da madrugada e jogou a vaquinha no precipício. E os dois homens voltaram a fazer sua viagem.

Anos depois, já voltando para o mosteiro onde viviam se depararam com um belo lugar, cheio de árvores que formavam belos pomares de abundantes frutas, hortas enormes e jardins belíssimos. Na entrada da cidade uma bela casa com jardins e um belo pomar e um homem sorridente e forte que os recebeu de braços e sorriso abertos.

Eles custaram a reconhecer o mesmo homem que morava no povoado miserável. E o homem os reconhecendo lhes contou que na mesma noite que eles partiram uma desgraça abalou o povoado: a única fonte de alimento que tinham, a vaca, caiu no precipício e morreu. Sem ter o que comer o povo começou a tentar plantar alguma coisa e descobriu que a terra daquele lugar era fértil e abençoada. Tudo que plantavam germinava rápido e era tudo muito saboroso e suculento. Além de alimentar a todos ainda vendiam para os povoados vizinhos. Ficaram bem alimentados e ricos.

Assim como estas pessoas se acomodaram com o pouco que tinham e nada fizeram para mudar, muitos de nós também agem assim. Permanecemos em empregos que não mais nos satisfazem, em relacionamentos que já acabaram, morando em casas ou lugares que não correspondem mais as nossas necessidades e vamos “empurrando nossa vida com a barriga”. 
Chega de comodismos, chega de inércia.  Comece por se abrir para a vida como ela se apresentar, de coração aberto. Mude o padrão antigo, não importa qual seja. Cuidado com as armadilhas que tentam te convencer que o que está vivendo está bom. E daí? Pode ser melhor, então tente, experimente, viva.

Espero que joguem a sua vaquinha precipício abaixo.

Leonita Oliveira